Comments Off A Semana em Pixels #27

Desaparecido em combate? Quem, eu? Bem, sim. Muito para fazer, muito trabalho, mas também ocupar melhor os meus tempos livres resultaram numa certa ausência do blogue. A quem deixou de prestar atenção ao Juxtapixel, compreendo a decisão. A quem ainda espera que isto volte a ser actualizado, não faço promessas salvo de que vou tentar fazer o meu melhor. Adiante:

  • “Mistakes Were Made” é um post no blogue Combat Archeology que se debruça sobre um pequeno “oops” por parte da Eurogamer. A saber: Quintin “Quinns” Smith analisou a expansão Rise of the Godslayer para o MMO de Conan, terminando o texto com um 6/10. Algumas críticas ao teor da análise foram feitas e a Eurogamer decidiu remover o texto por inteiro (uma cópia pode ser lida aqui), citando razões como “não corresponder aos padrões de qualidade da Eurogamer” mas não esclarecendo que padrões permitiram que fosse publicada em primeiro lugar. Mais tarde um segunda análise, pela autoria de Rob Fahey, foi publicada com uma nota final de 8/10, e no início está presente uma nota editorial que afirma não ter dado tempo suficiente a Quinns para avaliar a expansão. Tal como aconteceu com o escândalo/circo que foi Darkfall, o autor de Combat Archeology volta a questionar o valor de análises a MMOs, e a dificuldade que é avaliar géneros que, por natureza, estão em constante evolução. Especialmente interessante quando Kieron Gillen aparece nos comentários, com argumentos que levam o autor do blogue a repensar a sua posição e a escrever uma nova opinião, apesar de não ser muito diferente da original. Vale a pena pensar nisto mas também é importante lembrar que isto não acontece apenas com MMOs – também na Eurogamer, o editor Tom Bramwell chegou a reavaliar Zoo Keeper, um jogo para a DS, baseado no facto de que quanto mais jogava ao jogo, mais injusto lhe parecia a classificação final: passou de 6 para 8 em 10. É um mea culpa honesto e profissional, mas que também ilustra alguma da pressão que os jornalistas sofrem para apresentar conteúdo rapidamente e também de que os videojogos, como outros meios, precisam mais do que um relance para serem entendidos por inteiro. Por outras palavras, uma análise e uma pontuação nem sempre dizem tudo.

  • Ram Raider, um “jornalista de videojogos a olhar de dentro para fora, e que se pergunta porque a alegria foi trocada por tretas”, tem feito o seu melhor para aterrorizar a indústria, a picar os seus aspectos mais ridículos. Por vezes com razão, outras nem por isso, quase sempre divertido. Aqui está um artigo recente sobre Michael Pachter, o analista da Wedbush Morgan que se tornou infame graças às suas previsões alucinadas. Entitulado “Pachter: Nostradamus ou um Sacana?”, Ram Raider realça algumas das previsões de Pachter e dá-lhe uma pontuação baseada em quantas vezes falhou e acertou.
  • Que tal voltar atrás no tempo e descobrir como era a E3 há 20 anos atrás? A 1UP revela como era então a Consumer Electronics Show, o equivalente da E3 actual. Bastante informação e vale a pena descobrir o quanto este tipo de evento mudou (ou não) ao longo dos anos.
  • Tenho feito uma maratona de Resident Evil ultimamente, a explorar o melhor e o pior da série. Resumido: o remake do primeiro Resident Evil para Wii e Resident Evil 5 são os melhores. Resident Evil 4 é mediano. Resident Evil 3 é o pior. Podem começar a enviar o vosso ódio por email. Ainda não me decidi sobre Resident Evil Zero porque perdi a vontade de o jogar logo no início quando os dois protagonistas estão a tentar sair de um comboio a alta velocidade mas depois passam horas à procura de chaves, objectos e soluções para puzzles. “Precisamos de sair do comboio!” / “Não antes de resolvermos estes puzzles para receber anéis com os quais abrir uma maleta, e certamente não antes de andarmos à procura dos travões da locomotiva os quais, por alguma razão, estão espalhados pelo comboio!”. Jeebus. DE QUALQUER FORMA. Esta maratona levou-me a um dos meus hábitos favoritos nos videojogos: procurar jogos perdidos, descobrir o que podia ter sido. Deixo aqui dois vídeos interessantes. O primeiro é Resident Evil 1.5, o qual se viria a tornar Resident Evil 2, e que mostra eventos, níveis e personagens que nunca apareceram no jogo final; e Resident Evil 3.5, a fundação que permitiu criar Resident Evil 4. Este trabalho em progresso mostrava “The Hook Man”, mais tarde deixado de fora do quarto capítulo por não se enquadrar em Resident Evil, apesar das suas animações terem encontrado vida em todos aqueles espanhóis que vocês mataram no jogo.
  • A Porta de Berthier é um trabalho dos artistas Julien Berthier e Simon Boudvin. Basicamente, o duo instalou uma porta falsa numa parede falsa, numa rua Parisiense, e depois criaram uma fachada de acordo com códigos arquitectónicos da área e chegaram ao ponto de simular uma morada para o local. “Quase 4 anos depois, a morada ainda existe. Os serviços municipais até limpam graffiti deixado lá”. Os escribas do BLDGBLOG também nos lembram de 23-24 Leinster Gardens, em Londres, que foram construídos para não ser mais do que fachadas desde o início. “Nem sequer têm exteriores; são apenas ventilação para o Metro, disfarçados de apartamentos num estilo Georgiano falso”. Por um lado, isto justapõe aquilo que tomamos como garantido, a mente a querer acreditar que o exterior reflecte o interior; por outro… É um bocado como o “Neverwhere” de Neil Gaiman, não é?
  • Loukanikos, o cão anarquista Grego, em fotografias e em montagem vídeo de fotografias. Aparentemente, este cão “tem estado presente em quase todos os surtos de luta de classes e desordem social em Atenas nos últimos anos”. Li algures que na verdade há mais cães a vaguear pelas ruas de Atenas, basicamente cães vadios atraídos pela presença de pessoas. Mas… Mitos e lendas têm que começar algures, e o povo grego precisa de acreditar em algo nestes tempos modernos.
  • Days With My Father é um diário fotográfico criado pelo fotógrafo Phillip Toledano, que regista o envelhecimento e perda de memória do seu pai. Toledano medita sobre o seu pai, a sua mãe falecida e as relações deles enquanto família e seres humanos. É honesto, emocional e mesmo que se pressinta o final, as imagens e palavras são fortes o suficiente para não pararmos de virar as páginas.
  • (Já agora, há uma versão “hardcover” de “Days With My Father” que une tudo num único livro à venda na Amazon, US e UK).
  • Times Square. 1930. 1940. 1950. 1960. 1970. 1980. 1990. 2000. 2010. Mais importante do que serem considerados “arte”, são parte do nosso quotidiano.
  • Alguma vez deixei aqui um link para Reset Generation? Não me lembro por isso cá vai. Reset Generation é um jogo arraçado de puzzle/tácticas/acção que não só é divertido de jogar como divertido de ver, graças às suas caricaturas de personagens de videojogos, de Mario a Sonic. Uma campanha singleplayer e desafios para até 4 jogadores estão à espera neste jogo para N-Gage e Windows (browser). Bónus: a banda sonora foi composta por 8-Bit Weapon, conhecidos pelas suas músicas de 8 e 16-bits, e podem fazer download gratuito dela aqui.
  • “Os métodos dela passaram de simples protestos a cumprimentar empregados de bar com comentários aguçados como “Bom dia, destruidor da alma dos homens”, a fazer serenadas a patrões de bares com hinos tocados num realejo. (…) Descontente com o resultado dos seus esforços, Nation começou a rezar a Deus à procura de uma direcção. A 5 de Junho de 1900, ela pensou ter recebido uma resposta na forma de uma visão divina. (…) Em resposta a esta revelação, Nation juntou várias pedras – “esmagadoras”, passou a chamar-lhes – e dirigiu-se ao Dobson’s Saloon. Anunciou a sua presença com “Homens, eu venho salvar-vos de um destino de bêbados”, e procedeu à destruição do salão com a sua provisão de pedras. Depois de ter destruído outros dois salões em Kiowa da mesma maneira, um tornado atingiu a parte oriental do Kansas e ela entendeu isso como aprovação divina das suas acções”. Isto é a página de Carry A. Nation na Wikipédia, uma mulher que se opôs ao consumo de álcool antes da era da Proibição nos Estados Unidos. Leitura fascinante sobre uma mulher fascinante.
  • A Terrível Reacção à Fuga de Informação do iPhone da Apple. Michael Malone da ABC News mostra o dedo do meio à maioria da imprensa por se terem “tornado cães de colo e bajuladores da Apple”. Malone pergunta porque poucos criticaram a decisão da Apple e de forças policiais em fazer uma rusga à casa de Jason Chen após ele ter adquirido o prótotipo do iPhone 4.
  • E se Team Fortress 2 tivesse sido como… Street Fighter? Zelda? Starcraft? “goldenhearted”, um utilizador dos fóruns Steam, tem as respostas. A Valve devia fazer “The Legend of Sniper: Jarate of Time.
  • Mas ao menos temos a Vuvuzela of Doom. No Doom.

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