Fable III – Albion será tua

Posted: 31st Outubro 2010 by Jeremias25 in Review
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Boas X-Zianos! Hoje trago-vos a minha opinião sobre o RPG e Exclusivo Microsoft, Fable III. Como o próprio nome indica… é o terceiro episódio da Saga [/duh mode], sendo que a Lionhead levou mais de 2 anos na produção deste título.

Devo alertar desde já que não sou fã de RPG’s. E não sou porquê? Pelo simples facto que consomem (por norma) demasiado tempo e exigem dedicação e atenção, que opto por não dar, optando por outro tipo de jogos, preferencialmente FPS’s ou Simulações (Futebol/Automóveis).

No entanto, predispus-me a jogar este Fable, livre de preconceitos e de espírito aberto. Em boa hora o fiz. Já dediquei algum (bastante) tempo de volta do jogo e não é que tenho gostado!

Vamos por partes.

O Enredo

Segundo li, sim porque não joguei os episódios anteriores, por isso investiguei a história anterior, este Episódio de Fable passa-se cerca de 50 anos depois de Fable II, em plena Revolução Industrial. Podemos iniciar o jogo como um Principe… ou Princesa… e desde logo percebemos qual o Guião: o vosso irmão, Logan, é o Rei de Albion, um tirano sem qualquer pingo de piedade pelos seus súbditos, fazendo-os passar fome e castigando tudo e todos que pensem se quer a conspirar contra ele, e vocês terão nos primeiros minutos de jogo de optar de que lado estão… se do lado do Rei… ou contra o Rei. Não experimentei o “lado negro da força”, fui menino e optei pelo lightsaber verde. Queria destronar o Rei Mau e ser tipo o Obama de Albion, sem a parte Afro claro…

Como todas as escolhas acarretam consequências, esta não será diferente. Não existem complacências, mesmo que sejas família. No entanto, tens leais companheiros que não te deixarão sozinhos na tua demanda pelo Reino de Albion. O teu mordomo Jeeves, o teu Cão Bolinhas e o teu “professor de armas”/mentor/matulão de bigodaça Sir. Walter, são companhias constantes durante a história.

Jeeves ficará no Sanctuary, e será ele que te indicará (género tutorial) como tudo funciona. O Sanctuary é onde escolherás as tuas roupas, armas, spells, onde verás o mapa de Albion, podendo “teleportar” para qualquer localização do mesmo que tenha sido desbloqueada, onde farás saves/loads…, onde poderás ir para o modo cooperativo online, etc, ou seja é na sua essência o único Menu do Jogo. Ao princípio pode parecer estranho, mas este “apetrecho” irá revelar-se bastante user friendly, tornando mudanças de localização, trocas de armas, spells e afins, bastante rápida e eficaz.

O Teu cão bolinhas irá acompanhar-te sempre de perto, bem a teu lado. Apesar de um bocadinho estúpido… ajuda-te a encontrar arcas e tesouros enterrados, nem sempre de uma forma clara… mas pronto ao menos tenta, não tem culpa de a sua AI ser um pouco limitada. É também suposto ele te ajudar a lutar contra inimigos que encontres pelo caminho, mas o melhor que faz é ladrar para saberes que existem inimigos nas imediações, pois os seus ataques são… cócegas. Algumas vezes, talvez vítima de algum bugzito, não consegue levar-te para o sítio exacto onde tens de desenterrar os tesouros…

Sir Walter… bem… o matulão é quem te dará a conhecer o teu passado e o legado do teu pai o Herói de Albion, um Rei que foi idolatrado por todos no Reino, cujos passos tu deverás seguir, e para tal, Sir Walter não olvidará esforços! Ele te mostrará o caminho certo e te ajudará através dos seus “conects” a reunir “Followers” entres os diferentes povos de Albion, de forma a juntares força suficiente para derrubar o Rei em Poder.

Portanto, a história principal está contada. Tens de chegar a Rei, mas para isso precisas de um exército. Para convenceres que se juntem a ti tens de provar o teu valor e para isso terás de concluir quests propostas por cada líder com sucesso, demonstrando o teu status de herói.

Paralelamente à main story tens outras quests que podes fazer de forma a juntares dinheiro e também pontos (guilds) para upgrades de armas, spells e packs de “socialização” que te permitirão adquirir casas, lojas (para depois fazeres dinheiro com o comércio gerado) e constituir família. Esse é outro aspecto engraçado. Podes seduzir as mulheres e homens também… durante o jogo e eventualmente casares e teres filhos. Ou se preferires ficar solteiro, podes apenas ir fazendo amigos entre os populares. E que benefícios te trará isso? Simples, uma vez que faças um amigo, sempre que o encontres (ou quase sempre), ele terá um presente para ti, mobiliário para a tua casa, gems, etc, que podes usar como decoração do teu lar ou simplesmente trocar por dinheiro em Lojas de Penhores.

Algumas das quests são de um completo nonsense… vou só dar um exemplo de forma a perceberem o quão nonsense poderá ser o jogo, sem que desvende muito. Existe uma quest em que têm de ajudar um plebeu a recuperar as galinhas que fugiram do seu terreno. Como é que as recuperam? É óbvio… têm de vestir um fato de Galinha e abanar os braços perto das ditas galinhas para que elas vos sigam. Idiota? Sim… um pouco. Mas estas quests têm o condão de nos fazer sorrir ou até soltar uma gargalhada. Aliás, boa parte dos diálogos contêm um tom humorístico peculiar, que condimenta q.b. a história, não a deixando cair nunca num aborrecimento.

Mas o jogo não pretende ser uma piada. Longe disso. É suposto que te faça pensar. É suposto que te questiones sempre que és levado a tomar uma opção moral. Ela irá reflectir-se durante o jogo, tornando-vos mais próximo de um “Nobre” justo ou de um “Tirano” em busca de trono.

A história terá algumas reviravoltas que vos irão surpreender. Quando chegarem a Rei, vão perceber aquilo por que passa o nosso Sócrates no momento de tomar decisões. Não são mesmo nada fáceis de tomar…

Jogabilidade

O jogo tem uma jogabilidade simples. X para ataques (melee) de espada ou marreta, Y para armas de fogo e B para os spells e A para manobras evasivas. Poderão fazer o upgrade das armas e spells não só pela quantidade mortos que fizerem com elas, mas também na Road to Rule onde trocarão os vossos Guild Points por upgrades .

As vossas armas mudarão de forma à medida que o jogo avança e as usem… se usarem para o Bem, ganharão um brilho celestial, se agirem regularmente de forma velhaca… o resultado será o oposto. Elas também sofrerão upgrades se realizarem alguns challenges, por exemplo matar 50 Hobbes ou 50 hallow-men, um pouco ao estilo de COD.

Os spells não são nada do outro mundo. Mas ficam giros quando ganhas a habilidade de poder combinar 2 spells num só resultando numa boa imagem visual. De referir também que os spells são claramente a arma mais eficaz.

Terão também poções que vos auxiliarão nos combates mais complicados: recuperação de vida, slow motion, criaturas sobrenaturais, etc, que são invocadas com o D-Pad. Encontrarão poções nas arcas que o Bolinhas vos ajuda a descobrir ou poderão comprá-las nas lojas. Mas a dificuldade do jogo é tanta ou tão pouca… que elas quase não são utilizadas. Eu explico: o sistema de vida é diferente do habitual num RPG. Não têm barra de energia visível, pelo que só se apercebem que estão a morrer quando o ecrã começa a ficar avermelhado nas bordas, mas podem recuperar a energia perdida e se estiverem alguns segundos sem levar ataques.

Como indiquei acima a dificuldade dos vossos adversários não é grande coisa. Os “bosses” são fáceis de matar. Em todo o jogo só perdi uma vez e por distracção, pois tinha poções de vida, mas não me apercebi que estava prestes a morrer e não as utilizei. A dificuldade reduzida dos oponentes é no meu entender um dos maiores pontos negativos do jogo, embora outros gamers possam ver isso como algo bom, pois não stressarão a passar aquele boss chato…

Gráficos e Som

Em termos visuais não há muito a dizer. Os gráficos são bons, embora algo datados. O Mundo tem diversas localizações, todas bastante distintas umas das outras, enriquecendo assim visualmente todo o jogo. Passarão por montanhas cobertas de neve branca, cidades industriais escuras e sujas, aldeias rurais coloridas, cavernas gigantescas sombrias, desertos imensos… enfim, uma panóplia de localizações e cores que o jogo apresenta sempre com bons resultados, sem grandes bugs. Denotei em algumas situações o efeito “fantasma” ao ver braços a entrarem nas costas das personagens, mas isso não afecta em nada a minha apreciação global do aspecto visual do jogo.

O som é também uma importante componente em Fable III. Seja pela alteração de melodias quando nos aproximamos de um combate, quer pelos diálogos bem construídos. As músicas foram bem escolhidas, enquadrando-nos de forma bem conseguida no ambiente e situação de jogo em que estivermos.

A Lionhead não brincou em serviço na vocalização das personagens chamando alguns actores bem conhecidos que fizeram um excelente trabalho, resultando numa fluidez nos diálogos que por vezes não existe em alguns jogos, onde se denota uma clara leitura e não interpretação vocalizada dos textos…

Eis a lista de artistas que empregaram a sua voz em Fable III:

  • John Cleese – Mordomo e confidente Jasper
  • Sir Ben Kingsley – Sabine, líder dos “Mountain dwellers”
  • Simon Pegg – Soldado Benn Finn
  • Michael Fassbender -King Logan
  • Zoë Wannamaker – Theresa
  • Stephen Fry – Reaver, industrial poderoso de Albion
  • Bernard Hill – Sir Walter Beck
  • Naomie Harris – Page, líder dos rebeldes de Bowerstone

Vídeo Lionhead com Actores

Modo Co-Op

O Modo Co-Op permite que entrem a qualquer momento (desde que ambos estejam ligados no XBOX Live) no jogo de um vosso amigo ou num jogo aleatório, ajudando então na demanda que essa pessoa estiver. Poderão trocar presentes, estabelecer parcerias ou simplesmente lutar contra os inimigos e avançar no jogo. Um modo engraçado e que permite de forma acompanhada desfrutar um excelente jogo. É claramente uma mais valia. Mais não seja para fazerem novos amigos no Live… hahahaha… entrei em dois jogos ontem, ajudei-os em situações de luta um bocadito complicadas, uma vez que eles ainda tinham armas fraquinhas… e fui adicionado como amigo. Não gostam quando os vossos actos são recompensados? Estou a brincar.

A Favor:

  • Gráficos bons (ok não são excelentes mas estão bem conseguidos);
  • Gameplay  acessível mesmo para alguém pouco familiar com RPG’s;
  • A narrativa extremamente bem escrita, que poderia fazer de Fable III facilmente num best seller literário;
  • O tom engraçado com que alguns diálogos se apresentam, tornando o jogo bastante divertido e merecedor de algumas gargalhadas;
  • O sistema de pausa do jogo (Sanctuary) excelente, rápido e eficaz;
  • As Vozes.

Contra:

  • A falta da barra de vida a mim stressa-me… e vi-me quase morto algumas vezes por não conseguir perceber se tinha muita ou pouca vida;
  • A dificuldade reduzida dos adversários torna as batalhas demasiado fáceis de ganhar e por conseguinte retiram alguma longevidade ao jogo;
  • A história não sendo curta (levei cerca de 11h a terminar a história principal)… podia ser mais longa, sobretudo na parte em que nos tornamos Rei.

Resumindo e de forma muito rápida, aconselho a todos que joguem Fable III, serão horas de diversão garantidas. Mesmo para quem os RPG’s não digam nada, como é o meu caso, vão conseguir ver o quão bom Fable III é. O jogo tem os seus problemas, é um facto, mas não abalam a sua qualidade geral. Não será o melhor RPG de sempre ou do ano… mas vale a pena jogá-lo.

Classificação Final: 85

  1. Excelente análise… Continua com este excelente trabalho.

  2. Iceburn91 diz:

    saiu uma noticia a dizer que iam tentar fixar uns bugs do fable. depois aparece uma cena a dizer que quem tiver problemas nos savegames, se a gravar der bug nós pedimos muitas desculpas porque talvez tenha de começar o jogo de novo hahaha.
    Le isso vi isto http://www.xpx-clan.com/compras-e-vendas-f44/vendo-jogos-ps3-t2941.htm#47415 pensei olha este ja ficou com os savegames marados.

  3. Jeremias25 diz:

    @iceburn

    Como assim?

  4. Iceburn91 diz:

    o jer até já meteu a venda hahahaha tiveste algum problema de save game?

  5. Jeremias25 diz:

    Chegares ao fim, pelo que me pareceu não destranca nada de novo.

  6. SIDSIDSID diz:

    Permite-te recomeçar o jogo do principio com novas quests ou algo desbloqueado?
    outro nivel de dificuldade?

  7. Jeremias25 diz:

    @sid

    Penso que têm forma de pegar na história e continuá-la. Desde que haja imaginação, poderão sempre continuar. Ou então fazer um Fable IV com uma história e localização completamente diferente. Certamente que irei jogar os próximos se sairem. Aliás, fiquei com vontade de experimentar os anteriores e até outros RPG’s mais exigentes.

  8. Iceburn91 diz:

    Mas o que importa mais e chamar mais people para ganhar dinheiro.

  9. SIDSIDSID diz:

    11 horas para um RPG…

    O bolinhas devia ter mais IA ou então tiravam-no.

    Bom texto Jer.

    Isto cheira ao quarto Fable não?

  10. Jeremias25 diz:

    São opções de quem faz o jogo. Quanto a mim, prefiro um jogo que seja um desafio… ainda me lembro dos cabelos que arranquei no Battletoads… devido à sua dificuldade.

    Ganhará com isso a felicidade de quem tem dificuldade em terminar jogos, ganha talvez jogadores que não gostassem de RPG’s e ao experimentarem este se sintam tentados a jogar outros… mas perde jogadores “hardcore” de RPG’s, por acharem o jogo fácil demais.

    Tudo se resume a uma opção na concepção do jogo… com prós e contras.

  11. Iceburn91 diz:

    “A dificuldade reduzida dos adversários torna as batalhas demasiado fáceis de ganhar e por conseguinte retiram alguma longevidade ao jogo;”

    “A história não sendo curta (levei cerca de 11h a terminar a história principal)… podia ser mais longa, sobretudo na parte em que nos tornamos Rei.”

    Sabes porque é que o Peter Molyneux fez com que não tive se tão difícil? porque ele quer se certificar que todos os que compram o jogo o terminam. Ele diz ainda que o maior desgosto que ele tem é fazer um jogo, as pessoas comprarem e não terminarem, pois quer dizer que algo no jogo está mal.
    Não sei se essa é a melhor aposta mas ele lá sabe.