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Last Battle

O Last Battle é um side-scroller de acção, onde temos que lidar com uma variedade de inimigos que vão preenchendo o ecrã e que aparecem de todas as direcções. Este título é baseado nos mangas de Fist of the North Star, sendo na realidade uma espécie de remake do título lançado por terras nipónicas: Shin Seikimatsu Kyūseishu Densetsu Hokuto no Ken. Todavia devido a problemas em licenciar esta franchise bastante popular por terras norte americanas, e pelo exagerado  gore (do ponto de vista americano), o jogo sofreu alterações bastante significativas, pelo que é visto muitas vezes como uma versão softcore do seu original.

A história não é nada de transcendente ou inovador, limitando-se a introduzir novas personagens, estilos de luta e vilões ao argumento típico de herói standalone com a tarefa de salvar o mundo, libertar o seu povo, e ainda ajudar alguns amigos e salvar a sua namorada pelo caminho. Para os fãs de Fist of the North Star, irão com certeza reconhecer alguns detalhes, mas já se sabe que são sempre tomadas certas liberdades nas conversões para videojogos, e neste com o retirar da violência, etc, essas liberdades foram levadas ao extremo. Algo curioso é a história ser-nos totalmente revelada nos ecrãs iniciais do jogo, algo que pode ou não estragar a experiência de jogo para os poucos que se importam com a história neste estilo de jogos e que realmente se deram ao trabalho de ler os ecrãs iniciais.

Sendo este um dos primeiros jogos a serem lançados para a Mega Drive, a qualidade dos seus gráficos fez bastante furor, deixando muita água na boca na altura do seu lançamento.  Em particular, em Portugal (se a memória não me falha) houve um bundle de Mega Drive no qual este jogo vinha incluído, facto que tornou este título parte da infância de muita gente. Com as expectativas em alta o jogo acabou por desapontar muita gente, mas numa situação inversa aposto que as críticas nem seriam muitas.

Em termos de jogabilidade, a palavra-chave é timing, pois temos não só que adaptar os nossos golpes (murros e pontapés com as variantes salto e agachados) ao estilo de inimigo e à direcção de onde os mesmos vêm, mas também temos obrigatoriamente de temporizar bem os golpes de forma os atingir primeiro, e uma falha neste aspecto significa muitas vezes ficarem entre dois inimigos a receber golpes sem conseguir ripostas. Os controlos são razoáveis, embora em situações de stress ficamos com a ligeira ideia que poderiam estar melhores, mas é algo que dito em voz alta para os amigos nos arrisca a ouvirmos de volta a palavra noob. O pior neste side-scroller é o facto dos inimigos voarem literalmente com o vento ao mínimo toque da nossa parte, pois não só essas animações deixam muito a desejar, como fica bastante mal num jogo de luta. Embora não tenha tido a oportunidade de jogar o original, sabemos que este pormenor foi uma das grande modificações, pois era possível esmurrar literalmente os nossos adversários em sangue, algo que foi infelizmente substituído em Last Battle pelas animações referidas em cima devido à sua violência, e o jogo perdeu e de que maneira com isso.

A única excepção ao que foi dito anteriormente são as batalhas com os bosses, onde são necessários inúmeros golpes para os derrotar, e onde temos direito a algo mais do que um voar fora do ecrã, como eles ficarem com um súbito ataque de acne agressivo e vos explodirem na cara… enfim, sempre é uma ligeira melhoria.

Algo que torna o jogo interessante é o facto de existirem vários caminhos disponíveis para atingirmos os nossos objectivos, havendo reais consequências associadas às nossas escolhas, como o facto de ao evitar determinado nível não nos encontrarmos com um dos nossos amigos, e desta forma não recebermos um powerup que pode ser crucial mais tarde. Para além dos típicos níveis horizontais, e dos bosses, existe também uma variante do tipo labirinto, onde temos que navegar horizontal e verticalmente até chegarmos ao fim do mesmo, evitando muitas armadilhas pelo caminho.

Outra peculiaridade do jogo é o facto de ao derrotarmos inimigos irmos aumentando uma barra de Power que atingindo certos limiares estabelecidos provocam o rebentar automático da t-shirt do nosso herói (ainda hoje o Hulk Hogan sente inveja), e com ele não só elevamos o medo dos nossos inimigos face ao mostrar dos nossos abdominais de aço como elevamos os nossos golpes a um outro nível, quer em termos de poder como de velocidade, alterando muito substancialmente o nosso estilo de luta… algo que faz toda a diferença, especialmente nas lutas com os bosses.

Em termos de história, grande parte dela resume-se a diálogos repletos de catchphrases bastante pobres, pelo que é um dos grandes aspectos que devia ser melhorado no jogo, principalmente devido à série emblemática que deveria representar.

Pessoalmente, e talvez até muito estranhamente tendo em conta a opinião da minha geração, considero a música do jogo simplesmente brilhante devido ao misto de emoções que ela provoca, pois o seu ritmo emerge-nos totalmente no jogo e ao mesmo tempo passa-nos a sensação de, e perdoem-me a expressão, querer encher alguém de porrada, e como tal cumpre e de que maneira a sua função.

Em género de conclusões finais, o jogo apresenta bons gráficos para a altura em que foi lançado, grande música de fundo, controlos apenas razoáveis, animações e história bastante pobres… mas representa um grande desafio, aumentando gradualmente a dificuldade até ser acessível a poucos, e só por isso merece ser jogado pelo menos uma vez, para nos colocarmos à prova e ver onde conseguimos chegar.

Pontuação

Jogabilidade: 2+

Gráficos: 4

Som: 4+

Longevidade:3+

Veredicto final: 3+

PUSHSTART

Relembro que podem consultar este e mais artigos na 5ª Edição da revista PUSHSTART:

http://www.scribd.com/doc/46436487/PUSHSTART-N5

~ by Izilthir on Fevereiro 6, 2011 .



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