Hoje apresento-Bos Kung-Fu 2, um sério candidato a “melhor sequela que nunca existiu” para um Bideojogo. Segue-se um vídeo sobre o dito cujo:
– para os nostálgicos, as imagens falam por si –
Porém, a fim de contextualizar um dos jogos independentes mais interessantes de todos os tempos, torna-se crucial contextualizar a obra no qual se baseia, Kung-Fu para a consola Nintendo NES, numa sociedade predominada por ninjas, Bruce Lee’s, Jackie Chan’s e quaisquer lutadores com gritos ridículos capazes de gerar furor na televisão — olá, segunda metade do século XX; olá, Tartarugas Ninja…
O download do jogo (Windows) pode ser feito aqui, e a crítica encontra-se depois do clique:
1 — Século XX e o “Ninja Boom”: Putos adoram Ninjas e Bruce Lee’s!
– times change… –
Durante a segunda metade do Século Binte, os adolescentes usufruíram de um período marcado por representações televisivas de Ninjas e lutadores de Kung-Fu (Tartarugas Ninja, Karaté Kid, etc.). Tal sucesso não se reflectiu propriamente num crescente interesse pelas inúmeras artes marciais orientais, mas sim um meio de entretenimento “fixe” e inovador, graças a espadas, poses impossíBeis e gritos sem significado — mas como ninguém percebia Japonês, na altura…
Era portanto de esperar que este “Ninja Boom” se alastrasse à indústria dos Bideojogos, na altura a recuperar de um horríBel período de crise, graças ao sucesso da consola 8-bit da Nintendo, a NES. E assim nasceram clássicos como Double Dragon, Shinobi e um tal Kung-Fu Master. Este último foi desenBolBido para diferentes plataformas, sendo a mais popular a versão Nintendista, simplesmente denominada Kung-Fu.
2 — Kung-Fu, o jogo de 1984 da Irem
– “déjà-vu?” –
Tomás, um joBem praticante de kung-fu (quem diz kung-fu diz outra arte marcial qualquer, desde que soe bem) tenta salBar a sua namorada Sílvia, raptada pelo malBado Senhor X. Para tal, o nosso herói terá de atravessar níBeis recheados de inimigos, à semelhança de qualquer jogo de plataformas dos anos 80, graças ao seu vasto arsenal de golpes: soco, pontapé e salto — porque aparentemente no Kung-Fu nem a defender ensinavam…
Apesar de diBertido, o jogo era muito difícil, devido ao limite de tempo e, acima de tudo, aos padrões de ataque aleatórios dos inimigos — dilemas como “ele vai agarrar-me ou saltar?” passaram a pertencer ao quotidiano de qualquer adolescente.
3 — Kung-Fu 2, o jogo independente: que tem de novo?
– pista: “a fita, a FITA!!!” –
Kung-Fu 2 segue praticamente todos os padrões descritos anteriormente, não fosse este uma sequela não-oficial do mesmo. As diferenças, apesar de subtis, são consideráBeis: a música e gráficos estão ligeiramente modificados, mas mantêm o mesmo carisma “retro”; os efeitos sonoros foram todos remodelados de modo a incluir gritos ridículos; e a jogabilidade e dificuldade permanecem intactos, excepto por dois pontos deBeras peculiares:
- Selecção de níveis, a partir do menu das opções;
- Golpes de Street Fighter, desde bolas de fogo a socos-dragão, são agora executáveis e realmente úteis.
Até os inimigos são basicamente os mesmos: desde lutadores e cobras a dragões e… macacos? Em termos de dificuldade, esta continua elevada, mas a opção de recomeçar a partir de qualquer nível já atingido é motivadora.
3 — Sim, o jogo é claramente recomendado, mas para quem?
– fãs do jogo errado? –
Não há muito mais para mencionar sobre este jogo, dada a sua simplicidade: se gostaram do original ou dos clássicos dos tempos do Nintendinho, é bem provável que apreciem este, mas esperem um desafio à altura de um autêntico mestre ninja!
Beredicto
Porreiro, pá:
- Gráficos e música mantém o carisma clássico da geração 8-bit, não se limitando porém a imitar os do jogo original;
- Jogabilidade é simples e não está datada — ou seja, não era apenas “boa para a sua época”;
- Golpes de Street Fighter assentam que nem uma luva num clássico quase intacto;
- Vasto leque de opções, entre as quais uma selecção de nível (apenas até ao último atingido pelo jogador);
- Opção de submissão automática de pontuação numa tabela online;
- Joga-se lindamente num comando…
- É grátis!
Mas nada é perfeito, portanto…
Foleiro, fá:
- Joga-se lindamente num comando… mas num teclado é para esquecer!
- A dificuldade, apesar de propositada, poderá afastar muitos interessados;
- A partir do nível 10, o jogo repete-se, somente com algumas diferenças e maior dificuldade.
Este é o fim de mais uma Indianálise, e lembrem-se que a arte do Kung-Fu está por todo o lado!