Lançado há umas semanas, Street Fighter IV não é apenas famoso pela sua jogabilidade, mas também pelo seu design peculiar e não-realista, que dividiu opiniões. Como seria o jogo se tivesse adoptado gráficos mais realistas? Talvez assim…
– Por Michael Ryan Kime –
Mas não é do Quatrão que se vai falar hoje. Portanto voltemos atrás no tempo…
– não, não, mais atrás… –
Vamos falar do jogo que deu origem à mítica série.
Vejam o que vos espera depois do clique.
Street Fighter (1987)
Os anos 80, arcadas e jogos de luta:
Nos anos 80, época de sucessos em máquinas de arcada, obras como Double Dragon — a mítica dupla — e Kung-Fu Master marcaram o género de jogos de luta como aventuras com pancadaria, ou beat’em up normalmente caracterizados por:
- Um sacana que rapta a tua namorada;
- Um herói, especialista em artes marciais, que elimina todos no seu caminho;
- Um modo para dois jogadores, aliados — cooperativo.
– Thomas, do jogo Kung-Fu (NES) –
Mas exisitiam também jogos de luta com uma vertente mais competitiva e focada nos combates em si, como Karate Champ e Yie-Ar Kung Fu:
- Palhaço à esquerda VS palhaço à direita;
- Cada lutador tinha uma barra de energia, que se ia esvaziando com dano recebido até atingir o limite, situação de derrota;
- Socos, pontapés e golpes variados;
- Saltos exagerados e poses ridículas;
- Opção para dois jogadores, um contra o outro — competitivo.
E então a japonesa Capcom decidiu lançar Street Fighter, procurando popularizar esta vertente dos jogos de luta, e revolucioná-los. Será que conseguiu?
Altes Gráfiques
Street Fighter era um jogo bonito, colorido, para a sua altura, e rico em paisagens, assemelhando-se a uma obra de animação.
– sim, sim, mas onde está o 4D? –
– mue deus, tantas cores! –
Ok, era bonito, mas que se fazia?
No Lutador de Rua, controlavam o jovem Ryu na sua conquista do título de campeão mundial de artes marciais.
Os adversários não eram jogáveis e representavam cinco países de três continentes diferentes: China, Japão, Estados Unidos, Inglaterra e finalmente Tailândia, palco da luta final com Sagat.
– Não podiam ser todos asiáticos! –
Podiam escolher a ordem dos países (excepto a Tailândia, o último de todos), tendo cada um dos mesmos dois representantes. Este é um dos pormenores mais estranhos para quem está habituado aos jogos de luta modernos, uma vez que a maioria possibilita selecção de personagem, e organiza os combates aleatoriamente, excepto alguns especiais.
– Havia níveis de bónus, mini-jogos em que não se perde vidas, entre combates –
Entre os oponentes, encontravam-se senhores de barba rija, como Gen – velhote sacana –, Geki – um ninja, nuff said – e Sagat, o último adversário no jogo – com pala no olho e ainda sem cicatriz.
– Tiger Shot Fire Croissant! –
O pessoal quer é jogabilidade!
A interface de jogo – comando – consistia num joystick (ou analógico) para movimentação e seis botões, metade para socos e outra para pontapés, ambas separadas em golpe fraco, médio e forte — o tradicional esquema de botões da série.
Mas nas primeiras máquinas havia apenas dois botões, para soco e pontapé, que respondiam de maneira diferente em função da intensidade com que eram pressionados.
– tecnologia, senhores! –
Claro que o modo multijogador foi importante: duas pessoas podiam jogar uma contra a outra, um jogava com Ryu, outro com Ken, apenas diferentes na cor e cabelo.
E o que é um Lutador de Rua sem golpes especiais?
Com a combinação certa de direcções e botões, em determinado intervalo de tempo, podiam realizar os tais golpes fudónicos, como este:
– Hadoken! –
– e… este? –
Mas estes golpes, para além de demasiado poderosos (dois podiam ser suficientes), eram muito difíceis de executar — dizem que é uma questão de timing.
Resumindo: botões e analógico imprecisos e golpes demasiado complicados e desequilibradosforam falhas que comprometaram a jogabilidade. Na sua época, porém, até eram toleráveis – mas não muito!
– ele tentou… –
Outras versões
O jogo mereceu várias versões para máquinas caseiras, como Amiga e PC, que contava, como já é hábito, com uma qualidade gráfica digna de destaque!
– uh… brutais! Vejam só o DOS em acção! –
– Uma tal de TurboGrafx-16 teve direito à ”Rua Lutadora” –
E agora seguem-se duas versões modificadas e não-oficiais, feitas com o motor de jogo M.U.G.E.N, com jogabilidade refinada e várias personagens e modos à escolha:
Street Fighter 1 Champion’s Edition, Elecbyte, 2002: download
Street Fighter OneUpper, Elecbyte, 2002: download
Estas versões dão uma ideia clara de como o jogo era graficamente, mas não de como era jogado. Por isso é que prerifo estas!
Conclusão, Review de Ver:
Ou pelas falhas na jogabilidade, ou apenas porque não era tão divertido como outros jogos arcada – Double Dragon, por exemplo – Street Fighter não passou de um jogo de culto com alguns seguidores, mas serviu de base para uma sequela capaz de revolucionar o género de lutas virtuais.
– Try again, kiddo Capcom! –
Por: Darth Messaiah